ParaMusical: Aspectos
do ambiente musical que se impõem ao indivíduo enquanto ele ouve ou faz música
e que não se relacionam intrinsecamente com a música e não dependem da música
para obter seu significado. Exemplos: 1) pessoas, objetos, móveis, luzes e
acessórios do ambiente musical, e 2) dança, drama, trabalhos artísticos,
poesia, etc., criados de modo independente da música, mas presentes no ambiente
musical.
Olá Pessoal,
Falaremos da experiência paramusical descrita na postagem das
experiências e novamente apresentada acima.
Nesta postagem irei citar alguns exemplos da experiência
paramusical.
Antes de iniciar quero fazer um comentário de que as
experiências musicais descritas pelo autor, muitas vezes não são claras. Isso acontece
devido ao resumo de assuntos que requerem uma pré-experiência musicoterapêutica
ou artística de quem lê. Isso porque, é difícil entender que numa experiência
musical existem tantas dinâmicas ocorrendo, seja da pessoa com a música e do
conjunto entre a música e a pessoa, no qual se inclui uma possibilidade de tudo
que permeia a existência, ou seja, aspectos subjetivos e concretos de sua
existência, como: coisas, pensamentos, sentimentos, valores, estética,
profissão, etc.
Vamos aos exemplos:
Recentemente trabalhei em uma casa de repouso com um grupo de
aproximadamente 20 idosos. O repertório executado foi selecionado por alguns
participantes que, aos poucos, se lembravam de canções da época de sua
juventude.
Alguns gostavam de cantar, eventualmente tocar, escutar ou
dançar, enquanto outros começavam a falar sobre assuntos que não tinham conexão
com a música executada. Muitas vezes essa atitude era vista por outros como
falta de respeito à música e alguns chegavam a chamar-lhes a atenção. No
entanto, sem o estímulo de aspectos do ambiente musical, estes idosos
predominantemente se encontravam em silêncio assistindo à televisão e, mesmo
que eles não estivessem concentrados na música, a presença deles trazia mais
motivação para os outros.
Ou seja, o ambiente musical servia como estímulo para a fala,
embora esta não se relacionasse com a música e a música, que ao mesmo tempo era
estímulo, em alguns momentos talvez até se tornasse inoportuna, ou “estivesse
muito alta” (risos).
Assim como, algumas pessoas começam a se concentrar em outras
atividades com a ajuda da música.
Por exemplo, o livro Yoga para nervosos do professor
Hermógenes, diz que se a música ajuda a meditar poderá colocá-la em volume
baixo (sendo uma música calma), mas que aos poucos deverá retirá-la a fim de se
aprofundar na meditação.
Em alguns casos, por exemplo, devido a uma dificuldade de
concentração, a música poderá (como fundo musical), propiciar melhor interação
entre pessoa e objeto de estudo.
Outro elemento citado como estímulo são objetos e iluminação.
O uso de objetos como personagens de desenho animados de
brinquedo poderão, em primeiro plano, servir como estímulo para uma criança
engajar-se num meio musical. Ou seja, é oferecer um elemento paramusical para
que uma criança tenha uma resposta musical.
A iluminação, por exemplo, num ambiente musicoterapêutico pode
atrapalhar se estiver excessiva ou escassa dependendo da entonação que se
queira dar à música, por exemplo, de modo subjetivo uma música alegre necessita
de um ambiente bem iluminado e talvez arejado, com plantas, pássaros. Talvez ao
ar livre. Já uma música mais intimista ou que necessite mais concentração, por
exemplo, uma iluminação mais baixa, do tipo um abajur ou uma vela, ou às vezes
o próprio escuro.
Como primeiro plano, uma atividade de poesia acompanhada de
música também pode ser um elemento paramusical, de modo que a música coincida
com frases e dramas. Este aspecto é muito semelhante à experiência
extramusical, no entanto, nesta última a poesia surge como resposta e não
estímulo. Já na experiência paramusical, respostas são, por exemplo, engajar-se
em outra atividade.
Outras possibilidades são o drama e a dança em primeiro
plano, onde a música coincide, mas, é fundo, tal como no flamenco (dança), onde
muitas vezes o conjunto não aparece ou fica em segundo plano.
Embora a dança esteja totalmente vinculada à música, esta
responsabilidade não é a do apreciador e, portanto, sua experiência, em
primeiro plano, é a dança. Como podemos observar no vídeo
É importante saber que determinado estimulo pode gerar uma
resposta de natureza diferente, ou seja, um estímulo musical pode gerar uma resposta
pré-musical.
Ao final das postagens adicionarei o capítulo das
experiências musicais. Na próxima, falarei sobre a experiência não-musical.
Ressalto a importância deste tema nas palavras do autor:
"Cada sessão varia de momento a momento, e cada cliente opera em um nível diferente de musicalidade. Algumas vezes é difícil determinar o que o cliente está efetivamente experienciando para se classificar a experiência de acordo com os níveis(...) É importante compreender que a música é uma experiência humana penetrante que nem sempre pode ser reproduzida por estas categorias e além disso, sua utilização na terapia é intensificada ao se aproveitar plenamente a vantagem de sua amplitude. Por outro lado, existe uma vantagem em reconhecer que algumas são mais ou menos intrinsecamente musicais do que outras. Essas diferenças podem orientar o terapeuta no desenvolvimento das experiências do cliente e também servem para lembrar que, embora a musicoterapia envolva todos os níveis de experiências musicais, quanto mais perto a experiência do cliente estiver no nível puramente musical, mais certeza poderemos ter de que se trata verdadeiramente de musicoterapia." (BRUSCIA, Kenneth. Definindo musicoterapia, p. 119)
Até Logo,
Denise
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